Entrevista/Perfil de Alex Whitaker
Alexander Whitaker é um atleta paralímpico brasileiro, campeão sul-americano e bi-campeão mundial. Ele não nasceu deficiente, se tornou paraplégico aos 23 anos após um acidente, ele foi socorrido e levado a um hospital onde ficou internado durante 3 meses e quando saiu do hospital recebeu a notícia de que não iria mais andar...
Antes do acidente Alex era judoca, porém ele não pode mais praticar esse esporte. Primeiro tentou natação, não deu certo, então recorreu ao halterofilismo, seu esporte atual.
No começo competia com atletas normais, pois não existiam muitos campeonatos para deficientes físicos.
Porém agora ele compete na sua categoria e é bicampeão paralímpico
Falando sobre sua carreira ,ele diz na verdade tem duas carreiras: é formado em nutrição com pós-graduação em nutrição esportiva e é atleta paralímpico profissional em levantamento de peso. Hoje ele é bicampeão mundial, campeão e recordista parapanamericano e campeão brasileiro por 20 anos consecutivos.
Sobre o acidente ele diz que foi há 23 anos, foi assaltado em frente a uma boate, levou dois tiros, um no pulmão e o outro perfurou sua medula espinal, o que causou a sua paraplegia.
Segundo Alexander,sua maior dificuldade foi encontrar recursos para financia-lo, ter patrocínio para o esporte amador.“A maioria dos patrocínios são voltados ou para futebol ou para esportes que mídia, principalmente a mídia televisiva abraça” .
Mesmo ele se financiando com seu trabalho, teve dificuldade com patrocínios. Pois para ter os títulos ele precisa viajar internacionalmente muitas vezes , o que gera muitos gastos e quando ele está viajando como atleta ele para de ganhar como nutricionista, o que faz com que ele tenha que “fazer uma mágica grande” com suas finanças.
Quando questionado sobre o pensamento de desistir ele diz que não, ele é um dos atletas mais velhos dentro do esporte, porém ainda está muito bem física e mentalmente então ainda não pensa em desistir. Hoje ele é o primeiro colocado no ranking brasileiro com 47 anos,o 2º colocado tem 28 anos. Além disso ele tem a facilidade de ter o conhecimento de nutrição e é muito determinado com relação á saúde. O fato dele conciliar sua vida social com o esporte também contribui para sua longevidade no esporte.
Pesquisando sobre ele,encontramos o tema vigorexia ( obsessão pelo corpo perfeito) . Ao pedirmos para que falasse sobre isso ele diz que mesmo antes do acidente ele já praticava esportes, era faixa preta em judô e sempre foi muito vaidoso. Quando falaram a ele que iria andar em uma cadeira de rodas, ele se assustou. Com isso ele se voltou ainda mais ao esporte para tentar vencer essa barreira estética. Então ele começou a treinar muito pesado, mesmo as pessoas ao seu redor dizendo que ele estava bem. “ Eu não me enxergava bem, a vigorexia para mim ela se mostrou no pior jeito que pode existir eu tinha realmente uma distorção no espelho”. Assim teve que rever alguns valores em relação aos seus treinamentos.
O que te motiva a levantar todos os dias?
“Uma pergunta muito louca” [...] “Eu amo a vida cara!” Alex não vê esse peso que as pessoas veem na cadeira de rodas, ele é muito feliz [...] “Eu tenho uma fome de vida”.
Sobre a dedicação ao esporte ele afirma que desde criança foi muito ligado ao esporte. Ele começou o judô com apenas 6 anos. Passou por todos os esporte que poderia passar: boxe, natação, basquete, ginástica olímpica. Tanto que se formou em nutrição pensando no esporte.
Para começar a carreira ele teve o incentivo de seu avô, que servia o exército e esteve na guerra, “então ele era uma pessoa que passava uma postura muito boa pra mim, então ele sempre me cobrou muito o esporte”, ele iniciou o esporte para ver o seu avó contente e gostou bastante, também teve outros incentivos como o patriotismo do Ayrton Senna, que o manteve no Brasil, pois teve várias propostas de morar e treinar fora do país como na Nova Zelândia e Australia.
Como meta ou objetivo para o futuro, Alex quer escrever um livro sobre tudo que o aconteceu e sobre longevidade no esporte. Também está treinando para participar das Olimpíadas de Tóquio em 2020, porém, tem que cumprir várias etapas até alcançar esse objetivo.
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